2 JUN. SEG. 21.30H
O Pelicano de August Strindberg
Grupo Informal de Teatro da Escola Secundária de S. Lourenço
Junho em Cena – Mostra de Artes Performativas
Teatro | CAEP - PA | entrada livre | M/12 anos
«Começamos esta noite com uma tragédia/ E as tragédias não são muito divertidas». É desta forma que Strindberg se refere à peça “O Pelicano”, estranho retrato de um ambiente doméstico, pela subversão do estereótipo da maternidade. Acusado de misoginia, Strindberg parece, nesta peça, proceder a um ajuste de contas com os chavões familiares (resta saber se também particulares) e com uma certa idealização da sociedade burguesa do século XIX. Como se lhe refere Gastão Cruz, «ao reduzir o mito da dedicação maternal a uma fraude, Strindberg abala os alicerces do valor da vida». Na verdade, Strindberg, com “O Pelicano”, abala a nossa percepção de tudo o que espelhe uma ordem e harmonia, sustentadas em valores a que chamamos verdade. A moral humana, parece dizer-nos o dramaturgo, constrói-se inúmeras vezes sobre os alicerces da hipocrisia e da mentira. Dificilmente alguma vaga feminista poderia colher numa obra como esta algo de proveitoso para a sua luta. É por isso que, tocando nesta ferida, o dramaturgo agasta as activistas feministas. Só que elas não entendem que Strindberg pretende, sobretudo, arruinar as Verdades intocáveis. Tal como Marx se refere à alienação, Strindberg trabalha na orla do sonambulismo. É preciso despertar as pessoas.
Elenco e Personagens:
Sofia Ferreira Rodrigues: Mãe
Eduardo Gonçalves: Filho (Fredrik)
Madalena Mourato: Filha (Gerda)
João Almeida: Genro (Axel)
Sofia Trindade: Criada (Margret)
Cenografia: Helena Palmeiro
Caraterização: Paula Parreira
Figurinos: Teatro do Convento
Encenação: António Pascoal
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